Lembrei de um episódio que me aconteceu no hospital, nesta segunda internação em função da embolia pulmonar.
Fiquei em uma UTI respiratória. É praxe a internação em UTI no caso de embolia. Naquele andar, havia muita gente com problemas graves.
Certo dia, uma enfermeira que estava vendo pelo primeira vez entrou no quarto, com uma tremenda expressão de mau humor. Me deu remédios, cumpriu sua obrigação. Saiu com a mesma cara amarrada que entrou. Aquilo me incomodou.
Tempos depois, volta ela com um termômetro, entrega na minha mão. Puxa...Eu com um braco sem poder mexer, uma roupa fechada. Impossível colocar o termômetro sozinha.
Perguntei então, se ela estava mesmo me entregando para que eu o colocasse. Ele me respondeu com nenhuma simpatia: "Se quiser eu coloco, né?!". Hein?!
Passou pela minha cabeça toda a minha condição e daquelas pessoas acamadas daquele andar, que também estavam sendo cuidadas por ela e então disse...
"Olha, eu passei por uma mastectomia, acabei de fazer um quadro de embolia pulmonar. Estou deitada nesta cama e estou sorrindo. Você está de pé, aparentemente saudável e não é capaz de me atender com um sorriso. Sorria pra mim, por favor."
Depois disso, ela mudou.
No dia que recebi alta, ela disse..."Puxa, pacientes bons vão embora logo".
Para mim, uma vitória. Para ela, um aprendizado, eu espero...
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