quinta-feira, 7 de abril de 2016

E agora?

Mais de três anos se passaram e a vida vai se encarregando de colocar tudo no lugar. Bem que dizem que o tempo cura todas as feridas...E cura mesmo.

Apesar disso, faço questão de as vezes visitar aquele lugar mais íntimo da alma, que guarda para sempre a cicatriz que ganhei. Isso mesmo, ganhei.

Acho fundamental poder relembrar das dores, das dificuldades e ensinamentos. Isso me faz corrigir o rumo, toda vez que sinto que me afasto dos compromissos que assumi comigo mesma.  Às vezes, oscilo entre regras rígidas e a leveza compatível com a vida de uma jovem solteira e com suas contas em dia. E assim, acho o equilíbrio e vou negociando comigo, sempre com muito bom senso e pesando os custos e benefícios.

Não foi fácil a retomada da vida. Foi difícil, muito difícil. Não pela relação comigo mesma, pois esta está bastante resolvida, mas pela relação com as coisas e as pessoas.

Inicialmente me rotularam como "aquela que teve câncer" e por onde passava, percebia as conversas a meu respeito - Sem contar as pessoas que até hoje conversam comigo olhando para os meus peitos, procurando sei lá o quê; "a pregadora da vida saudável" - Ah, Rachel, você também precisa viver - e tentavam me empurrar toda sorte de coisas. Passei também por uma fase em que as pessoas perguntavam o que eu podia fazer ou comer - e a minha resposta era: Posso tudo, mas não devo um monte coisas, assim como você. Há ainda aqueles que até hoje me olham com piedade e perguntam um "e aí, tá tudo bem?" que arrasam com qualquer criatura.

Com o tempo, me acostumei com o comportamento, curiosidade e o desconhecimento das pessoas.. Percebi que a grandiosidade do que vivi, não pode ser compreendida por qualquer um. Por este motivo, as transformações que em mim ocorreram, me impede de me relacionar da mesma forma com alguns. Em certos casos, percebo incompatibilidade de valores. Em outros, pude compreendê-las melhor.

Dou muito valor a cada dia de vida. Conheci o que é abdicar, sofrer, se recolher e ter o medo da morte. Naquela época, pude fazer um balanço de tudo  que me fazia falta e sabia que um dia poderia retomá-las....Esse dia chegou. Lutei muito pela vida, para não viver muito bem. Não guardo mágoas, não alimento tristezas, insatisfações ou intrigas. Não deixo para futuro. Faço hoje ou o mais rápido possível. Me alimento dos meus planos e das minhas vitórias.

Hoje, não gostaria de ter nada diferente do que tenho. Não desejo nada de ninguém.

Em relação à saúde e rotina de exames, incialmente era duro. Sofria.

O processo de "desmame" dos médicos foi difícil. Dava medo não ser examinada o tempo inteiro e uma simples dor de cabeça provocava insegurança.

A cada exame de rotina, o coração parecia explodir no peito. As noites que antecediam os exames eram em claro.

Atualmente, já não perco o sono. A tensão ocorre na hora H. Não sofro mais de véspera pois não me faz bem...E não adianta mesmo.

Continuo carregando a bandeira da prevenção e procuro ser sempre um bom exemplo.

As cicatrizes que ganhei, exibo com orgulho. O orgulho dos vencedores.

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Deixe sua mensagem

As palavras ditas ou escritas com amor são fortalecedoras e energizantes.

Estou sentindo falta dos comentários....rs

Beijos carinhosos!

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

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sábado, 10 de maio de 2014

Notícias de 09/05/14

Ainda falando sobre minha ida ao medico ontem, realmente a troca da cinta foi sacrificante. Médico e enfermeira me enfiando naquela roupa PP. Tão difícil que meus pés saíam do chão.....rs

Diz o médico que em uma semana já será mais fácil a retirada e colocação, pois a cinta vai ceder e eu estarei menos sensível.

Ainda não tirei pontos. Estão todos aqui comigo.

Parece que tenho uma almofada nas costas, onde fiz a lipo. Aliás.....Acho que esqueci de explicar.

Eu tirei gordura das costas e da lateral do corpo para enxertar na mama. Minha prótese conferia uma boa base para a mama e a gordura faz o colo e a projeção dos seios. Foi uma solução mista, que dá mais naturalidade.

Posso dizer que ficou ótimo, muito bom mesmo.

Passo a não entender aquelas fotos de campanhas que circulam na internet, com mulheres mutiladas, com cicatrizes enormes, sem mama, como se tivessem o corpo de uma criança. Acho que tem uma seria de questões aí, que vão desde competência profissional, até decisão da própria paciente e não retomar o seu corpo.

Eu estou muito feliz com meus resultados. Os seios ficaram lindos, muito naturais e melhores que antes.

Antes da primeira cirurgia, eu fiz umas fotos em um estúdio a pedido do medico. Ontem, ele desempacotou estas fotos e me mostrou. Realmente inacreditável! Parece mentira, mas estou muito melhor agora! Rs

Hoje começo a drenagem linfática. Passo a fazer três vezes na semana, em casa. Vai me ajudar a desinchar.

Soneto de Antero de Quental

"...Não era o vulgar brilho da beleza,
nem era o ardor banal da mocidade.
Era outra luz, outra suavidade,
que até nem sei se as há na Natureza..."

Assim estou. Com um sentimento tão bom, tão gostoso, que nem sei descrever. Algo jamais sentido, mas que estou adorando saborear. Estou plena, leve e radiante.

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Emoção

Hj eu tive um dia muito feliz. As dores do corpo foram menores que as de ontem e as da alma já quase não me doem mais. 

Tive minha primeira consulta pós cirurgia e posta de pé, pude ver novamente meus seios, que o câncer (ou o medo dele) me tomaram há quase dois anos. Colo, mamilo, aureola....Está tudo aqui novamente, numa versão muito melhor que a anterior.

O corpo mais fino e curvilíneo, como sempre desejado, embora ainda muito inchado.


Por dentro, uma saúde de ferro, que me garantiu excelente cirurgia e ótima recuperação. No coração, muita paz, amor, alegria e gratidão.


Por tudo isso, numa cena de extrema sensibilidade e cumplicidade, paciente e medico choram de emoção pelo fim, pelo sucesso.


Boa noite e que a minha felicidade chegue a vcs nesta noite.