terça-feira, 18 de setembro de 2012

Cirurgia

No dia anterior a cirurgia (05/09), encontrei com minha médica na clínica que tenho feito as ultrassonografias do seio.

Cheguei positiva, pra cima!

Fomos fazer, junto com a médica da ultra, a marcação da mama, que consiste em localizar exatamente o nódulo e marcá-lo na pele, bem como a área a ser retirada. Facilita a intervenção, já que traz mais precisão ao trabalho do médico.

Eu estava com receio de ter que conviver com aquele desenho durante algumas horas. Achei que fosse ser difícil ficar olhando para aquela área, que em breve sofreria uma intervenção, mas foi tranquilo.

Me tranquilizou também saber que aquela marcação era para uma retirada interna. Como se fosse a projeção do tecido mamário a ser removido. A parte externa, a pele, seria preservada.

Na quinta-feira (06/09) acordei cedo para lavar e secar os cabelos, pois a médica me disse que não deveria chegar no hospital de cabelo molhado. Coloquei uma roupa bem bonita e confortável, batonzinho.

Minha mãe estava comigo e meu pai foi nos buscar. Pedi que ela fosse bem bonita também.

Eu estava feliz!!! Muito feliz por poder tirar o que não me pertence!

Tinha em casa um pequeno quadro de cortiça que resolvi levar para o hospital, e prendi nele todos os cartões, bilhetinhos e orações que havia recebido.



A internação seria as 16h e as 11h tinha uma Cintilografia do Linfonodo. Um exame.

Nosso primeiro destino então, fui uma clínica de medicina nuclear, onde injetaram uma substância no seio. Esta substância é drenada em direção a axila e o objetivo é que ela atinja uma glândula do sistema linfático que se chama linfonodo. Ela gruda no linfonodo e permite que com a ajuda de um aparelho chamado Probe, esta glândula seja rastreada durante a cirurgia, localizada com precisão e então retirada para biopsia. Hum...To ficando muito técnica..rs

O exame atrasou e todos os médicos já me esperavam no hospital. Cheguei direto preenchendo uma papelada e me preparando para a cirurgia. Estavam lá também os amigos Marlos e Bia e tia Regina e Isabella. Meu irmão também já estava conosco.

Fiquei em um andar mais exclusivo do hospital, com quartos maiores, por recomendação dos médicos. Como neste andar tem poucos quartos, consequentemente menos trânsito de pessoas e menor risco de infecções hospitalares. Mais silencioso e confortável para mim também, além de uma melhor equipe de enfermagem. Realmente valeu a pena.

Entrei no quarto, colocaram um comprimido azul sob minha língua. Amargo....

Assinei uns papéis para a Bia, mudei de roupa, a-p-a-g-u-e-i! Na verdade, minha memória apagou, pois quem estava lá disse que ainda mudei da cama para a maca sozinha, dei algumas sugestões de melhoria na disposição do quarto (olha isso!!!!kkk) e recomendei que entregassem meu batom a minha médica para que saísse com tudo em cima do centro cirúrgico.

Sai do quarto por volta dás 16:30h e só retornei ás 2h.Isso mesmo...Quase 10h de cirurgia!

Para mim, foi um segundo, para a família que aguardava, uma eternidade.

Soube que muitos amigos estiveram lá para dar aquela forca para a família. Flórido, Aline e Bia que já estava desde o início.

Meu irmão fez o primeiro embarque dele no dia da cirurgia. As 17:30h ele foi embora pois precisava ir para Maceió. Saudade!

Houve uma mudança de planos durante a cirurgia, o que abalou um pouco a família. Ficaram com receio de minha reação quando acordasse, mas para mim, foi feito o que devia ser feito e ponto. Só trabalhar a cabeça.

Fiquei no hospital até domingo (09/09), uma dia a mais que o previsto. Estive sob os cuidados de uma técnica de enfermagem da equipe do meu cirurgião plástico durante 24h ,todos os dias e que depois veio para casa comigo. Meus pais e minha irmã estiveram o tempo todo presentes e minha mãe também dormiu comigo todos os dias.

Nossa, foram MUITOS telefonemas, cartões, visitas. Muito amor!!!

Senti poucas dores, mas me senti incomodada. Dreno, sutiã apertado, sem movimentar o braco esquerdo, o que provocou muita dor nas costas. Além disso,para ativar a circulação enquanto deitada,tinha que usar uma meia de compressão e uma perneira (presa do joelho pra baixo, infla e desinfla como um aparelho de pressão), que me acompanhou desde a cirurgia até o dia de sair do hospital.

O sono também era complicado pois quando conseguia cochilar, alguém me acordava para tomar alguma medicação. Remédio para dormir a noite é fundamental, pois é impossível dormir uma noite completa com tantas coisas incomodando.

No domingo saí do hospital. Bateu um baixo astral, insegurança de voltar pra casa. Talvez medo de enfrentar a vida como ela é.

2 comentários:

  1. Raquel,
    mais uma vez parabéns pelo Blog, infelizmente não comecei antes... em poucas palavras muitas lições aprendidas e fica o pensamento de que sempre podemos aprender bons exemplos.

    Beijos de quem admira vc!!!!

    Parabéns!!!!! SAÚDE!!!!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Querido,

      Muito obrigada pelo carinho e comentários. Estas manifestações me fortalecem muito!

      Beijo no coração!

      Excluir