Já postei aqui um cometário feito pelo Gianechinni no programa Viver com Fé da Cissa Guimarães, em que dizia que não tinha virado santo. Que ele tem vontade de xingar, mas hoje consegue perceber que isso é besteira.
Reli hoje este comentário e fiquei pensando a respeito dessa minha fase de retomada.
Achei que havia pousado sobre mim uma varinha mágica e que de repente....Pafff!!!! Virei outra pessoa!
Não é assim....
Depois que tive a infecção durante a quimioterapia, resolvi me proteger um pouco mais. Parei de comer na rua, de frequentar lugares fechados, com muito vento, muito sol....Não era recomendado também contato com crinças. Tinha medo de precisar interromper o tratamento e como tinha o proposito de chegar até o final, passei a viver mais reclusa, no meu mundinho.
A minha nova forma de agir, minha nova postura diante da vida, eram experimentadas apenas no pequeno grupo que me relacionava naquele período, o que me dava a idéia de que tudo estava diferente. Além disso, os que estavam a minha volta, viveram o momento de dificuldade comigo e acabamos nos transformado e crescendo juntos.
Agora, me reinserindo em um mundo infinitamente mais amplo, descubro a complexidade de me redescobrir diante das coisas, das pessoas, das situações. Me deparo com pessoas que não mudaram junto comigo ou suas mudanças foram em outras direções, algumas vezes na contramão das minhas transformações. Em outra situação, as coisas ou pessoas permanecem exatamente iguais, mas a minha lente não é mais a mesma.
O interessante que se tornou indiferente, o importante que se tornou banal. E vice-versa. Também tirei meus óculos e vejo a vida como ela é. E as pessoas também.
Minha impressão é de que passei meses confinada na casa do BBB. Retornei e "nada ficou no lugar...", como diria Adriana Calcanhoto.
Entendo que tudo isso faz parte do processo de qualificação da vida, de valorização, de reconstrução e da criação de novos laços.
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